O alcoolismo representa uma das causas mais prevalentes de morbidade e mortalidade. O consumo nocivo do álcool acarreta em cerca de 3,3 milhões de mortes a cada ano. De todas as mortes no mundo, 5,9% são atribuídas às consequências advindas do uso da substância. Quando consumido, o álcool gera efeitos no organismo que vão de acordo com a rapidez e a frequência, no entanto, essa situação muda por estar associada a fatores genéticos. Estudos genéticos com gêmeos demonstram que há intervenção de fatores genéticos de forma moderada ou elevada para dependência ao álcool, principalmente para o sexo masculino, mostrando uma herdabilidade entre 40% a 60%. Por isso, vários estudos de associação têm buscado entender a relação que existe em alguns genes que, possivelmente, podem estar ligados a uma predisposição a dependência alcoólica. Alguns estudos demonstram que o início e a manutenção do hábito alcoolista podem depender de genes que codificam receptores do sistema serotoninérgico, isso porque o álcool parece apresentar trajetos envolvidos no sistema de recompensa cerebral e dentre alguns neurotransmissores de concepção do reforço positivo ao álcool, destaca-se a serotonina. Polimorfismos genéticos na via serotoninérgica, tais como os polimorfismos A-1438G e T102C do gene do receptor da serotonina da família 2, subtipo A (5HT2A) foram correlacionados com o início e a manutenção do hábito alcoolista. O presente estudo tem como objetivo observar a prevalência e investigar possíveis associações entre estes polimorfismos e o uso abusivo do álcool em uma população masculina do Nordeste Brasileiro. Para compor o estudo foram selecionados 150 indivíduos alcoolistas e 150 controles, todos do sexo masculino e idade superior ou igual a 18 anos, no período de 2011 à 2013. As amostras de sangue tanto de alcoolistas quanto dos controles já foram coletadas, submetidas à extração do DNA e quantificadas. A genotipagem está sendo realizada utilizando a técnica de PCR-RFLP seguida de eletroforese em gel de agarose 2%. Até o presente momento, encontram-se genotipados 142 pacientes e 109 controles, para o polimorfismo T102C; 89 pacientes e 61 controles para a variante A-1438G. Após genotipadas as amostras, as frequências alélicas e genotípicas serão comparadas entre alcoolistas e controles usando o teste do Qui-quadrado ou o teste Exato de Fisher, bem como será analisado o Equilíbrio de Hardy-Weinberg. A análise dos dados será realizada utilizando o programa estatístico BioStat 5.0 com significância estatística estabelecida em p<0,05. A análise do desequilíbrio de ligação será desempenhada no Haploview 4.2.