O fígado é o principal órgão metabólico dentro do corpo humano e tem um papel importante na regulação do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. A composição de macronutrientes da dieta, particularmente o alto consumo independente de carboidrato dietético, açúcares simples, gorduras, proteínas e a baixa ingestão de fibra podem estar associados ao risco de desenvolver doenças hepáticas como a Doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA).Sabe-se que a ingestão total de calorias altas está associada à DHGNA e esteato-hepatite não alcoólica, e vários estudos têm sido focados no papel de nutrientes específicos, como gorduras saturadas e carboidratos, no desenvolvimento e transição da doença. O objetivo deste estudo é avaliar as alterações metabólicas e teciduais hepáticas em um novo modelo experimental de dieta hipercalórica. Foram utilizadas 16 ratas divididas em dois grupos: grupo dieta padrão e grupo dieta hipercalórica, com 8 animais cada. As ratas foram submetidas à análise dos seguintes parâmetros no tecido hepático: dosagem dos nivéis de malondialdeído (MDA), glutationa (GSH), e a atividade de mieloperoxidase (MPO). As amostras de fígado também foram sujeitas à avaliação histopatológica. Por fim, foram dosados os níveis séricos de aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), albumina (ALB), fosfatase alcalina (FAL), acido urico (AU) e colesterol total (CT), cálcio (CA), ureia e HDL. Os resultados mostraram que houve uma diferença significativa no MDA, GSH, CT, ALT, ALB, AU, CA e HDL. A avaliação histopatológica apresentou um escore baixo, insuficiente para a classificação da DHGNA. Em conclusão, nossos achados enfatizam a dieta hipercalórica como um dos principais fatores de risco para a DHGNA e fornece uma estrutura para compreender os possíveis processos e alterações teciduais e metabólicas pelos quais esta patologia é desenvolvida.