A insuficiência de convergência (IC) é a incapacidade de manter a convergência adequada em direção a um alvo próximo. Pode influenciar negativamente a qualidade de vida, além de interferir, por exemplo, no processo de aprendizagem. Estudos que analisem a atividade cortical de indivíduos com a referida condição são desconhecidos na literatura. Nessa perspectiva, investigamos as repercussões eletroneurofisiológicas em jovens universitários com IC mediante estimulação da convergência proximal (ECP) binocular com auxílio de uma régua centimétrica. Estudo transversal controlado realizado com 20 participantes com IC, destros e com idade entre 18 a 24 anos. O ponto próximo de convergência (PPC) foi analisado antes e após o término do experimento. Além disso, se analisou a assimetria e coerência das bandas alfa e beta do eletroencefalograma nos pares de eletrodos Fp1/Fp2, F3/F4, F7/F8, C3/C4, T3/T4, P3/P4, T5/T6 e O1/O2. Os resultados revelaram diminuição de 6,36 cm no valor do PPC (p=0,001). Quanto aos dados eletroneurofisiológicos, para a assimetria das bandas alfa e beta foi observada predominância hemisférica à esquerda, além de modificações corticais no decorrer do experimento, especialmente em áreas fronto-occipitais (p<0,025). Na coerência da banda alfa houve diminuição do acoplamento cortical no início do experimento e ao final, o acoplamento aumentou (p<0,05). Para banda beta houve menor acoplamento em T5/T6 (p<0,025). O estudo aponta que a ECP binocular é uma estratégia eficaz no tratamento da IC e que o movimento de convergência binocular gerou modificações no acoplamento cortical, especialmente, em áreas frontais e occipitais do córtex. |