A percepção do tempo é fundamental para a realização das atividades de vida diária. A experiência da percepção temporal é modulada por inúmeros fatores, tais como: o nível de atenção, emoções, memórias e doenças neurológicas, como o Acidente Vascular Encefálico (AVE). Embora haja uma gama de tratamento para recuperação de pessoas que sofreram AVE, ainda não foi utilizada a percepção temporal como forma de reabilitação motora destes indivíduos. Diante disso, o objetivo deste estudo é investigar as modificações corticais e da motricidade em uma pessoa após acidente vascular encefálico ao realizar tarefas de percepção temporal. O procedimento foi realizado em dois momentos (sem e com treinamento). No momento sem treinamento o indivíduo aguardou o intervalo de 1 hora entre as tarefas de percepção do tempo. No momento com treinamento o indivíduo realizou a tarefa de estimativa de tempo durante 1 hora no intervalo entre as tarefas de percepção. Para tratamento desses dados foi aplicado o teste de Friedman para analisar a diferença entre as médias para os erros absoluto e relativo. Adicionalmente, foi verificado a variabilidade das respostas, por meio do coeficiente de variação. Os resultados do erro absoluto para a resposta nas tarefas de estimação e reprodução temporal, demonstrou que o participante errou a mais no intervalo de 1 segundo, diferindo dos outros intervalos. Já na tarefa de produção o participante errou a menos em todos os intervalos. Também foi observado que o paciente superestimou e superreproduziu o intervalo de 1segundo. Enquanto na tarefa de produção foi observado uma subprodução em todos os intervalos de tempo. Adicionalmente, a diferença entre os estadiamentos de maneira geral revelou uma maior imprecisão em produzir o tempo em todos os intervalos de tempo.