AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA BROMELAÍNA (derivada do Ananas comosus – abacaxi) SOBRE O DEFEITO FENESTRADO EM TÍBIA DE RATOS E MORFOFISIOLOGIA HEPÁTICA E RENAL
Tecido ósseo; inflamação; estresse oxidativo; morfologia, fígado e rim.
O potencial terapêutico de produtos naturais tem sido foco de interesse científico desde tempos antigos em doenças cardiovasculares, neoplásicas, reumáticas e inflamatórias. Sendo nos últimos anos utilizados por 80% da população mundial em condições de diversas naturezas. Os glicocorticóides são fármacos ainda bastante utilizados em condições de natureza inflamatória, estima-se que aproximadamente 2/3 da população mundial já utilizou glicocorticóide em algum momento. Contudo, geram impacto sobre remodelação óssea enfraquecendo o osso e tornando-o mais frágil e em maior risco de fratura. As fraturas ósseas são afecções que requerem um olhar criterioso, científico e, sobretudo merecem avanços a respeito dos seus tratamentos, devido aos elevados índices epidemiológicos associados a esses eventos que assolam a saúde publica no Brasil. Fraturas de úmero proximal acima de 65 anos, representa a terceira fratura mais freqüente, representando um problema oneroso para a saúde pública. Em crianças, as fraturas pélvicas representam entre 2% a 7,4% das causas de internações ortopédicas em grandes centros de traumas, o tempo de hospitalização geralmente prolongado e mortalidade elevada são características dessas fraturas, podendo trazer conseqüências e impacto substancial para o resto da vida. Assim, questiona-se se um produto natural poderá ser promissor e viável, podendo trazer avanços nos tratamentos dessas condições. A bromelaína (derivada do Ananas comosus - abacaxi) da família das proteases é conhecida por uma variedade de efeitos farmacológicos, apresentando propriedades fibrinolíticas, antitrombóticas e anti-inflamatórias e demonstra neste contexto, efeitos positivos. Portanto, é possível acreditar que os efeitos conhecidos da bromelaína podem abrir portas para tratamentos envolvendo reparo ósseo, fraturas ósseas e dos tecidos adjacentes envolvidos nesses eventos, melhorando a qualidade da saúde humana. O uso desses produtos naturais com a finalidade medicinal é insuficiente para valida-los eticamente como medicamentos eficazes e seguros. Avaliação dos efeitos sistêmicos poderá possibilitar melhor entendimento e esclarecimento a respeito da segurança e respostas sistêmicas. Apostando então em avanço sobre os efeitos biológicos da atividade osteogênica, eventos relacionados a alterações da microarquitetura ósseo, cicatrização da pele e musculatura esquelética envolvidas nesses processos e o comportamento sistêmico hepático e renal, questiona-se quais seriam os efeitos da bromelaina sobre essas condições. Assim, o objetivo desse estudo é avaliar os efeitos da bromelaína - Ananas comosus – abacaxi sobre o defeito fenestrado em tíbias de ratos e na morfofisiologia hepática e renal. O estudo está sendo conduzido com ratas (Wistar) divididas em três grupos: controle (n = 6), defeito ósseo (n = 4) e bromelaína (n = 5). Na análise morfofisiológica está sendo conduzida com dois grupos: controle (n = 5) e bromelaina 20 (n = 6). O potencial osteogênico será analisado pela histomorfometria. O potencial anti-inflamatório será analisado macro e histologicamente e pela atividade da enzima mieloperoxidase – MPO na pele e músculo esquelético. O potencial antioxidante será analisado pela atividade de glutationa – GSH e malonaldeído – MDA no músculo esquelético e/ou pele, fígado e rim. Avaliação do diâmetro e área do músculo gastrocnemio, número de células e seus respectivos núcleos serão analisados histomorfometricamente. Avaliação da microdureza será realizada pelo método microdureza knoop. Análise morfofisiológica será realizada pela dosagem das transaminases (TGO e TGP) para fígado e níveis de ureia e creatinina para rim e respectivos histopatológicos. Serão expressos como média ± erro padrão (p < 0,05). Os resultados parciais demonstram que a bromelaína na dosagem de 15mg/kg durante 7 (sete) dias via intraperitoneal (i.p) foi capaz de reverter o processo inflamatório e estresse oxidativo no músculo esquelético e pele e a administração na dosagem de 15mg/kg durante 20 dias consecutivos via intraperitoneal (i.p) não interferiu na morfofisiologia hepática e renal.