Introdução: A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma planta originária da América do Sul, de países com climas tropicais. No Piauí, a produção de mandioca ocupa o quarto lugar no Nordeste. O principal produto é a farinha de mandioca (FM) e faz parte das refeições diárias dos brasileiros, sendo capaz de aumentar a segurança alimentar de países em desenvolvimento. A farinha de mandioca comercializada no norte do Estado, principalmente nos mercados públicos, em sua grande maioria, não possui critérios higiênico-sanitários adequados e uniformidade, o que possibilita um ambiente propício para o desenvolvimento de fungos filamentosos produtores de toxinas, as quais são danosas aos seres humanos. O consumo de FM contaminada por micotoxinas é questão de saúde pública. Objetivo: Objetiva-se caracterizar os aspectos físicoquímicos das amostras de FM e identificar possíveis gêneros de fungos toxigênicos presentes nas FM comercializadas no norte Piauiense. Metodologia: Coletou-se 12 amostras de farinha dos tipos: branca fina, branca grossa e amarela grossa, nos mercados públicos municipais de Parnaíba-PI, comércios de Ilha Grande do Piauí-PI e Luís Correia-PI. Os métodos seguidos foram aplicados conforme a RDC – Instrução normativa nº 52, 07.11.2011/ MAPA (Regulamento técnico da farinha de mandioca). Sobre a avaliação do crescimento das colônias fúngicas, realizou-se uma diluição seriada e aplicou-se a técnica de plaqueamento em superfície (spread plate), com meio de cultura ágar batata dextrose (BDA) e ágar sabouraud dextrose (SDA) em duplicata. A partir dessa técnica foi realizado o isolamento e contagem de colônias fúngicas e avaliação macroscópica. Para análise das estruturas microscópicas, será realizada a técnica da fita gomada a fim de visualizar os corpos de frutificação por microscopia óptica. Resultados iniciais: As 12 amostras coletadas nos mercados públicos e comércios piauienses, foram submetidas a análises de umidade; cinzas; acidez titulável e amido. Os teores de umidade das FM estavam dentro dos valores recomendado para esse produto, por outro lado, é necessário garantir permanentemente um bom estado no armazenamento e conservação até a distribuição ao consumidor. Foram considerados de baixa acidez 16,66% das amostras (<3,0 meq NaOH (0,1N)/100g) e de alta acidez 83,33% nas amostras (≥3,0 meq NaOH (0,1N)/100g) de FM. Os resultados parciais demonstram que existe crescimento fúngico nas amostras de FM com faixa de acidez entre 4,0 a 9,0 meq NaOH(0,1N)/100g. Os teores de cinzas encontrados foram dentro dos valores preconizados pela legislação. As amostras estudadas de FM são classificadas do grupo seca: branca, amarela, e, de acordo com a granulometria: fina e grossa. Até o momento, a pesquisa indica a presença sugestiva em 66,66% das análises. Considerações parciais: Pretende-se com a confirmação dos gêneros fúngicos nas amostras, um estudo mais profundo sobre as micotoxinas, além de alertar aos vendedores e consumidores do produto, pois é um indicativo sobre a qualidade higiênico-sanitária do alimento, impactando no quadro clínico do consumidor, assim como, na segurança alimentar e na saúde pública.