Estudo de associação dos polimorfismos CCR2-Val64Ile e CCR5-Δ32 com a chance e a agressividade do câncer de próstata na população do Piauí- Brasil
quimiocinas. neoplasia de próstata. estadiamento de neoplasia
O câncer de próstata (CaP), tem sido alvo de estudos com o objetivo de melhor entendimento das vias moleculares e fatores genéticos que influenciam a predisposição, evolução e desfecho. O aumento da expectativa de vida da população, bem como as patologias que acometem a faixa etária de idosos tornaram-se tema de interesse mundial. Os homens representam uma parcela da população vulnerável do ponto de vista de intervenção em saúde, uma vez que apresentam mortalidade seis anos mais precoce que as mulheres. Entre as causas de morbidade e mortalidade neste grupo, o CaP figura como importante problema de saúde pública. Neste contexto, sobressaem-se as quimiocinas, que foram descritas como participantes no tráfico de células inflamatórias, sendo implicadas também no desenvolvimento do CaP e outras doenças de fundo inflamatório. O papel de receptores de quimiocinas na evolução do câncer tem sido intensamente investigado nos últimos anos. Nosso estudo buscou verificar associação entre o CaP e a presença dos polimorfimos genéticos CCR2-Val64Ile e CCR5-Δ32 em uma população no Estado do Piauí-Brasil, avaliando a associação com a predisposição ao mesmo, bem como a possível influência sobre a idade do diagnóstico de pacientes, PSA, estadiamento tumoral, escore de Gleason e estratificação de risco. Também foi testada a presença de desequilíbrio de ligação entre os genes. O desenho do estudo constituiu-se de caso-controle, dispondo-se de uma amostra de 185 casos de CaP e 185 controles. Os 370 indivíduos tiveram suas amostras de tumor (após prostatectomia ou biópsia) e sangue periférico genotipados para verificar a ocorrência ou não dos polimorfismos de interesse. Os casos e os controles foram comparados em relação à presença do polimorfismo. Os dados foram submetidos a avaliação estatística, utilizando-se quiquadrado e regressão logística. Observamos desequilíbrio de ligação moderado entre os genes avaliados. Não se observou associação entre a ocorrência de CaP e a presença dos polimorfismos CCR2-Val64Ile e CCR5-Δ32. Não foram observadas associações da presença dos polimorfismos com critérios de alto risco, segundo D’Amico.