ESTUDO DA ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS DO SISTEMA SEROTONINÉRGICO COM O DESEMPENHO E AS MODIFICAÇÕES DA POTÊNCIA ABSOLUTA DA BANDA ALFA DURANTE EEGq EM TAREFA DE ESTIMATIVA DE TEMPO
Córtex cerebral, eletroencefalografia, percepção do tempo, serotonina, banda alfa, estimativa de tempo
A percepção temporal é uma habilidade inata de várias espécies de animais, sendo uma característica imprescindível para inúmeras funções cognitivas como a aprendizagem e tomada de decisão. No entanto, não existem receptores sensoriais específicos para a percepção da duração de eventos e suas bases neurobiológicas não estão suficientemente compreendidas. De tal forma, tem-se buscado o entendimento de tais mecanismos por meio de teorias, experiências condicionadas com animais, estudos farmacológicos, detecção de polimorfismos genéticos, técnicas de mapeamento cerebral e aplicação de diferentes tarefas, tanto em sujeitos saudáveis quanto em pacientes com diferentes condições neuropsiquiátricas. Com isso, foi possível apontar uma participação crucial do sistema serotoninérgico para o funcionamento do “relógio interno”. O presente trabalho, de tal forma, com uma amostra de 200 indivíduos do sexo masculino, tem como finalidade investigar a contribuição de polimorfismos associados ao sistema serotoninérgico para as diferenças individuais no desempenho e sobre a atividade do córtex cerebral durante o processamento temporal. Por meio da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase, associado com o Polimorfismo de Fragmentos de DNA obtidos por Enzimas de Restrição (PCR-RFLP), serão analisados os polimorfismos genéticos associados aos genes do transportador de serotonina (SLC6A4, 5-HTTLPR e rs25531) e da enzima monoaminoxidase A (MAOA VNTR). As análises moleculares serão associadas com o padrão de atividade da potência absoluta da banda alfa do córtex cerebral obtida por eletroencefalografia quantitativa (EEGq) durante atividade de estimativa de tempo, além do próprio desempenho do participante na tarefa. O estudo da variação genética como um fator para determinar o funcionamento do cérebro humano, dessa forma, não é apenas relevante para a saúde, mas também tem o potencial de informar os modelos de função cognitiva normal e facilitar o delineamento de intervenções neurofuncionais.