PREVALÊNCIA E INFLUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS NOS GENES DC-SIGN (CD209), TNF- α E FCγRIIa (CD32) NA MODULAÇÃO DOS SINTOMAS CLÍNICOS DA DENGUE EM POPULAÇÃO DO NORDESTE DO BRASIL
DENV, Parnaíba, Polimorfismos, manifestações clínicas.
A dengue é uma doença antiga, grave e que nas últimas décadas tem se tornado um grande problema de saúde pública mundial. O Brasil possui um padrão endêmico da patologia, onde todos os anos são registrados inúmeros casos em todas as regiões do país, inclusive casos graves e óbitos. Atualmente a doença é classificada em dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave, o que permite seu rápido reconhecimento e o seu correto manejo clínico. A dengue possui uma heterogeneidade nas suas manifestações clínicas, consequência da sua complexa patogênese, onde fatores do vírus e fatores genéticos do hospedeiro podem influenciar no resultado final do seu fenótipo. Dentre os fatores genéticos do vírus, pode-se destacar o sorotipo e o genótipo do DENV, a carga viral e os fatores de virulência das cepas. Vários polimorfismos em diversos genes humanos relacionados com a entrada do vírus nas células hospedeiras e envolvidos na resposta imune contra o patógeno têm sido descritos como fatores determinantes na modulação dos sintomas da dengue. Dentre estes, estão o FcγRIIa, VDR, DC-SIGN, IL-4, IL-6, TNF-α, INF-γ, dentre outros. O presente estudo é do tipo caso-controle, que tem como propósito avaliar a prevalência dos polimorfismos -238 G/A (rs361525) do TNF-α, -336 A/G (rs4804803) do DC-SIGN e - 131 H/R do FcγRIIa em pacientes diagnosticados com dengue na cidade litorânea de Parnaíba do estado do Piauí, no período de maio 2014 a dezembro de 2015 e verificar se há um possível papel de proteção e/ou predisposição destes quanto ao desenvolvimento da dengue e da dengue grave. Foram analisadas 87 amostras confirmadas, sendo 71 de indivíduos com FD e 16 com FHD e 115 amostras de pacientes controles e 56 de indivíduos assintomáticos, onde foram realizadas a genotipagem. As análises estatísticas incluíram o teste de Qui-quadrado, frequência genotípica e alélica, Odds Ratio e teste de Wilcoxon, além de verificar se os grupos estavam em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Os resultados mostraram que o alelo A do polimorfismo rs36152 tem um papel protetor quanto ao desenvolvimento do conjunto dos sintomas da dengue, não protegendo, entretanto, quanto ao desenvolvimento dos sintomas graves. Não foi encontrada associação do polimorfismo do alelo G do polimorfismo rs4804803 e do rs1801274 no desenvolvimento dos sintomas. Novas pesquisas sobre os papéis de SNPs trará uma melhor previsão e compreensão do processo da patogênese do DENV, gerando melhores perspectivas quanto ao diagnóstico, tratamento e prognóstico desta patologia de grande preocupação mundial.