A periodontite é uma doença crônica inflamatória de caráter multifatorial que acomete os tecidos que fornecem proteção e sustentação aos dentes, o processo inflamatório causado pelo acumulo de biofilme bacteriano pode migrar da região lesada para órgãos adjacentes, ocasionando danos como inflamação e peroxidação lipídica, podendo levar ao surgimento de alterações hepáticas, como a esteatose microvesicular (DHGNA). A N-acetilcisteína (NAC) é um pró- fármaco mais usado como agente mucolítico e contra overdose por paracetamol, porém pesquisas anteriores e atuais demonstram seu papel benéfico na perda óssea causada pela periodontite e em alterações hepáticas. Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da (NAC) na periodontite experimental. 30 ratas foram randomizadas em três grupos (n = 10 em cada grupo): controle; Periodontite (induzida por ligadura) e Periodontite + N-acetilcisteína (recebeu 15 mg / kg via intraperitoneal da droga durante 20 dias consecutivos após a indução da periodontite). Os animais foram submetidos à análise dos seguintes parâmetros clínicos periodontais: índice de sangramento gengival (ISG), índice de profundidade de sondagem (IPS), mobilidade dentária (MD) e altura óssea alveolar (AOA). No tecido hepático, foram medidos os níveis de malondialdeído (MDA), e glutationa (GSH), bem como a atividade da mieloperoxidase (MPO) no tecido gengival. Amostras da área de furca dos primeiros molares inferiores esquerdo e direito e de fígado foram analisadas histologicamente. Medidas de escores foram realizadas para quantificar esteatose, inflamação e necrose nos hepatócitos, também foram realizadas dosagens bioquímicas para avaliar os níveis sanguíneos de aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), cálcio, albumina, proteínas totais, colesterol total e ureia. Como resultados, a administração de 15 mg/kg de n-acetilcisteína diminuiu de forma significante os níveis de atividade da MPO na gengiva (Controle 1,5 ± 1,0U/mg; Periodontite 10,7 ± 4,3U/mg e N-acetilcisteína 4,3 ± 3,1U/mg, p <0,05) e MDA do tecido hepático (Controle 634,2 ± 131,7mmol/g; Periodontite 912,3 ± 88,1mmol/g; N-acetilcisteína 773,8 ± 73,85mmol/g, p <0,05, bem como aumentou significativamente os níveis de GSH no grupo n-acetilcisteína (Controle 457 ± 73,15μg/g; Periodontite 217,9 ± 109,7μg/g; N-acetilcisteína 583,7 ± 48,8 μg/g, p <0,05. A histologia da área de furca e do fígado também demonstraram uma redução dos escores de esteatose, necrose, inflamação e da perda óssea alveolar AOA (Controle 6,2 ± 0,6mm; Periodontite 10 ± 1,3mm; N- acetilcisteína 8,9 ±1,2mm, p <0,05 no grupo tratado. Em conclusão, a N- acetilcisteína reduziu a perda óssea alveolar, assim como as alterações hepáticas
causadas pela periodontite experimental.