A percepção do tempo é fundamental para a realização das atividades de vida diária. A experiência da percepção temporal é modulada por inúmeros fatores, tais como: o nível de atenção, emoções, memórias e doenças neurológicas, como o Acidente Vascular Encefálico (AVE). Embora, haja uma gama de tratamento para recuperação de pessoas que sofreram AVE, ainda não foi utilizada a percepção temporal para a reabilitação da percepção temporal. Diante disso, o objetivo deste estudo é investigar a melhora da percepção temporal em uma pessoa após acidente vascular encefálico ao realizar o treinamento com a tarefa de estimativa de tempo. O procedimento foi realizado em dois momentos (sem e com treinamento). No momento sem treinamento a participante aguardou o intervalo de 1 hora entre as tarefas de percepção do tempo. No momento com treinamento a participante realizou a tarefa de estimativa de tempo durante 1 hora. Os resultados do erro absoluto para a resposta nas tarefas de estimação e reprodução temporal, demonstrou que a participante errou a mais no intervalo de 1 segundo, na tarefa de produção do tempo, a participante errou menos em todos os intervalos. Ocorreu uma superestimação e superreprodução somente no intervalo de 1 segundo, além de uma subprodução em todos os intervalos de tempo. Ademais, a diferença entre os estadiamentos revelou maior imprecisão em produzir o tempo em todos os intervalos de tempo. Assim, no momento com treinamento melhores resultados foram observados no intervalo de 7s e 9s na tarefa de estimativa, somente 9s na tarefa de reprodução e no intervalo 4s na tarefa de produção. Dessa forma, o treinamento com a tarefa de estimativa do tempo pode desencadear modificações significativas no desempenho de tarefas de percepção do tempo.