Este trabalho tem como objetivo construir um inventário participativo do ofício e modos de saber-fazer das ceramistas da Cooperativa de Artesanato do Piauí, localizada no Pólo Cerâmico de Teresina, no Poti Velho, bairro mais antigo da capital do Piauí – Teresina. A comunidade detém um patrimônio cultural ligado à terra e ao rio Poti, incluindo celebrações como os festejos em honra a São Pedro, padroeiro da comunidade. O Polo Cerâmico é um cenário onde famílias retiram seu sustento da modelagem em argila, uma tradição que atravessa gerações. Apesar da transmissão do saber-fazer, se observa um distanciamento da população jovem, resultando na diminuição de ceramistas. Defende-se que um inventário participativo desse ofício pode contribuir para valorizar e ressignificar esse patrimônio, atraindo gerações presentes e futuras. O inventário está em processo de finalização com a participação de nove artesãs associadas à Cooperativa, espaço de resistência para essas mulheres, em sua maioria pretas e pardas, de memórias entrelaçadas ao território ribeirinho. Na pesquisa usamos métodos híbridos, como o material pedagógico dos inventários participativos, disponibilizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para o Programa Mais Educação, história oral e pesquisa participante, com foco na pesquisa-ação. Como referência de leituras consultamos autores (as) no campo do patrimônio cultural e museologia social, como Hugues de Varine (2013), Pinheiro (2015), Rampim, Tolentino, Thiollent, Brandão e Alberti. Como estudo-intervenção se aplicou a técnica do Inventário Participativo associado à pesquisa-ação e a museologia comunitária com participação social que fortalece os vínculos entre território, pessoas e patrimônio cultural, o que pode sugerir a criação do Museu Comunitário do Bairro de Teresina.