Resumo: O Diabetes Mellitus é uma condição crônica que exige um acompanhamento de longo prazo e requer cuidados para a prevenção de complicações agudas e crônicas. Entre as complicações crônicas, a Neuropatia Diabética destaca-se como uma das mais comuns, tornando os pés uma das regiões do corpo mais vulneráveis em pessoas com a doença. A educação do indivíduo é fundamental e deve englobar os aspectos relacionados aos cuidados gerais com os pés e unhas, uso de calçados adequados, higiene e inspeção diária dos pés e dos sapatos. Dessa forma, esse estudo objetivou analisar o conhecimento dos usuários com diabetes na Estratégia Saúde da Família acerca da prevenção do pé diabético, após estratégia educativa. Trata-se de estudo de intervenção do tipo antes e depois. A coleta de dados aconteceu de janeiro a maio de 2019, nas Estratégias Saúde da Família no município de Monsenhor Hipólito-PI. Participaram do estudo 82 pessoas com diabetes de 18 a 59 anos, cadastrados e acompanhados na estratégia. Foram realizados três encontros de intervenção educativa acerca da temática. O nível de conhecimento dos participantes foi avaliado em três momentos distintos: pré-teste (antes da primeira intervenção), pós-teste imediato (um dia após o término da última intervenção) e pós-teste tardio (sessenta dias após o término da última intervenção). Os dados foram coletados nos Postos de Saúde e dispostos em planilha no Excel, em seguida transportados para o Statistical Package for the Social Sciences, versão 23.0. Realizou-se o teste Kolmogorov-Smirnov, a correlação de Spearman, o teste de McNemar, o teste de Mann Whitney e o teste do Qui quadrado. Utilizou-se o nível de significância de 0,05 em todos os testes. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Seres Humanos da Universidade Federal do Piauí, sob parecer 3.062.525, atendendo à Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Conforme os resultados predominaram pessoas com diabetes do sexo feminino (61%), na faixa etária de 50 a 59 anos (70,7%), de cor parda (64,6%), entre as classes econômicas D-E (68,3%), agricultor (59,8%), de 1 a 4 anos de estudo (39%). Com Diabetes tipo 2 (86,6%), tempo de diagnóstico de 1 a 5 anos (46,3%), sem história pregressa de lesão nos pés (86,6%). Apresentaram média de IMC 27,9 (DP=4,5) e de glicemia capilar 215 mg/dl (DP=111). Houve aumento na pontuação média dos escores de conhecimento (pré-teste=10,9; pós teste imediato=13,1; pós-tardio=12,5). Existiu melhora significativa no conhecimento após as intervenções educativas nas questões referentes cuidados específicos com os pés entre avaliação prévia e pós imediata (p=0,000) e prévia e pós tardia (p=0,001). A faixa etária e a escolaridade associaram-se ao conhecimento prévio, mas isso não ocorreu após as intervenções educativas. Conclui-se que houve aumento do conhecimento dos participantes após as intervenções educativas, contudo, é necessário que estas sejam realizadas de forma contínua, de maneira compreensível a todas as faixas etárias e escolaridade, bem como que sejam enfatizados os cuidados específicos com os pés para que se possa gerar resultados positivos na prevenção do pé diabético a longo prazo.