INTRODUÇÃO: A adolescência é caracterizada por importantes transformações físicas, mentais, sexuais e sociais, especialmente as de natureza comportamental. Considera-se este, um período de vulnerabilidade nutricional e consolidação dos hábitos alimentares, que, quando não adequados, podem aumentar o risco de desenvolvimento de inúmeras doenças. Apesar do conhecimento de que existe uma associação direta entre envelhecimento e maior prevalência da hipertensão, os casos de hipertensão arterial sistêmica vêm aumentando em indivíduos cada vez mais jovens. OBJETIVO: Avaliar a correlação entre ingestão dietética de vitamina D, cálcio, fósforo e macronutrientes com a pressão arterial em adolescentes de Teresina - PI. METODOLOGIA: Estudo transversal realizado com 629 adolescentes, de 14 a 19 anos de idade, do ensino médio de escolas públicas e privadas de Teresina - PI. Foram sorteadas uma escola pública e outra privada de cada porte, em cada regional, totalizando 24 escolas, sendo 12 públicas e 12 privadas. O estado nutricional foi avaliado pelo IMC/Idade. As variáveis independentes estudadas foram: sexo, idade, peso, altura, consumo alimentar pela aplicação do recordatório de 24 horas, com análise da adequação do VET, macronutrientes e de micronutrientes (cálcio, vitamina D e fósforo). A variável dependente foi pressão arterial. Foram aplicados os testes do qui-quadrado para variáveis nominais e teste t de Student para comparação dos valores encontrados do consumo alimentar em relação ao recomendado. Por meio da ANOVA utilizou-se a análise de comparação múltipla o teste de Tukey. O nível de significância adotado foi de 5% (p≤0,05) com Intervalo de Confiança de 95%. Foi realizado o estudo de correlação de Pearson em relação ao consumo e pressão arterial e estado nutricional. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional. RESULTADOS: Foram avaliados 629 adolescentes, com predominância feminina (56,6%). O sobrepeso foi observado em 98 adolescentes (16,1%) e obesidade em 55 (8,7%), sendo predominantes no sexo masculino (16,1% e 9,2%). Observou-se prevalência de pressão arterial elevada de 13,4%, maior no sexo masculino (16,9%). Quanto ao consumo alimentar, a maioria dos adolescentes apresentou inadequado consumo energético, de macronutrientes e micronutrientes. Somente o fósforo apresentou consumo acima do recomendado. Ao comparar o consumo alimentar com a pressão arterial observou-se uma baixa correlação entre as variáveis analisadas. CONCLUSÕES: Os dados obtidos demonstram um cenário preocupante na população jovem que deve ser visto como um problema de saúde pública, principalmente por ser fator de risco importante para o desenvolvimento de agravos na vida adulta.