Introdução: A compreensão de que os professores estão expostos no meio escolar a múltiplos desafios, nos faz buscar respostas sobre o mal-estar docente. A Investigação se faz pertinente na medida em que busca colaborar no desenvolvimento de intervenções quanto à promoção de cuidado para com os professores. Objetivo: Analisar a situação de mal-estar docente em professores do ensino médio na cidade de Teresina, no estado do Piauí. Metodologia: Fora usado a abordagem de método misto sequencial explanatório, uso de técnicas quantitativas como suporte à vertente qualitativa. Na quantitativa foram aplicados a Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho - EVENT e um questionário sociodemográfico e laboral em 316 professores. No segundo momento, o qualitativo, os participantes foram escalonados de acordo com suas pontuações, da escala já usada, isso feito para identificar os possíveis docentes com maiores indicativos de mal-estar docente (maiores pontuações) e os com menores indicativos (menores pontuações). De posse dessas pontuações, seguiu-se as entrevista semiestruturadas com 16 professores. O perfil geral da amostra contou com 51,6% de professores da escola privada, com idade de 22 a 64 anos (M=39,09 e DF=9,68), 60,1% do sexo masculino, 66,2% encontram-se casado/convivente e a maior concentração na atividade docente foi de 22,2% de 15 a 20 anos. Resultados: Os trabalhos realizados demonstram que apesar de grande parte dos docentes não apresentarem indicativos de vulnerabilidade ao estresse, existe um grupo considerável em estado de atenção. Sobre as situações desencadeantes do mal-estar docente, há a presença de fatores externos (carga horária laboral e as possíveis deficiências estruturais e organizacionais da escola pública) bem como os internos (modos de respostas as situações problema). Achados que demonstram a pertinência e as possibilidades de uma abordagem mista pela interligação de informações sobre o mesmo objeto a partir de fontes complementares. Conclusão: Evidencia-se a necessidade de combate à naturalização de condições negativas ao serviço docente e o favorecimento de estratégias de enfrentamento focadas na resolutividade dos problemas. Dessa forma este estudo demonstra que a realidade laboral dos professores ainda vivencia situações promotoras de adoecimento e ao mal-estar docente, mas é possível o reconhecimento de determinados mecanismos de enfrentamento e promoção da qualidade de vida desses profissionais.