Reconhecer fatores de risco cardiovascular em adolescentes, tornou-se uma avaliação importante em estudos epidemiológicos, visto que, a presença destes fatores está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). O processo inicial da DCV pode ocorrer durante a infância e adolescência. Diante disto, a identificação precoce da presença de fatores de risco pode subsidiar o planejamento e o desenvolvimento de programas de intervenção em idade ideal. O estudo objetivou analisar a frequência de fatores de risco cardiovasculares em adolescentes. Estudo transversal realizado com 251 adolescentes, matriculados em uma escola de tempo integral da rede pública de ensino na cidade de Teresina-Piauí, com idade entre 14 a 17 anos, de ambos os sexos, selecionados por amostragem probabilística aleatória simples. Os desfechos investigados foram: comportamento sedentário, nível de atividade física, qualidade do sono, sonolência diurna excessiva, tabagismo, consumo de álcool, hipertensão arterial, excesso de peso, circunferência da cintura e do pescoço. Usaram-se estatística descritiva, testes t de Student, ANOVA, Mann-Whitney e Kruskall-Wallis para comparação das médias entre os grupos. A significância estatística adotada foi (p<0,05). Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer nº 2.838.003/2018. A média de idade dos adolescentes foi de 16,2 ± 0,76 anos, 60,1% dos adolescentes do sexo feminino. Os fatores de risco mais frequentes foram excesso de sonolência diurna (88%), inatividade física (38,2%), circunferência do pescoço alterado (10,8%) , consumo de álcool e tabaco (8,4%, 6,0%) respectivamente, pré-hipertensão (e pelos valores de pressão arterial sistólica (14,7%) e pressão arterial diastólica (27,1%). Em relação aos dados antropométricos, o sexo feminino obteve média de índice de massa corporal maior que o masculino (p<0,05), já em comparação à circunferências da cintura e do pescoço o sexo masculino apresentou médias superiores (p<0,05). Sobre as variáveis clínicas, o sexo masculino apresentou pressão arterial sistólica e diastólica superiores e frequência cardíaca inferior ao sexo feminino (p<0,05). Com relação ao consumo de álcool, os que estavam na zona de alto risco ou uso nocivo de álcool apresentaram valores médios elevados de pressão arterial sistólica (p<0,05). Constatou-se uma existência de fatores de risco em adolescentes. A presença e associações positivas entre os fatores de riscos que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares servem como sinalizadores para que medidas preventivas sejam tomadas, através de ações de promoção de saúde no contexto escolar.