A evolução tecnológica está promovendo transformações na administração pública, o que demanda que os servidores se adaptem a uma nova realidade mediada por tecnologias da informação. O gerencialismo orienta esse processo, visando um Estado mais eficiente e eficaz em resposta a uma sociedade imediatista que carece de políticas públicas adequadas. Nesse contexto, surge a discussão sobre o teletrabalho, uma inovação organizacional que se refere a atividades realizadas remotamente com o suporte de tecnologias pelos servidores públicos. Nos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), o teletrabalho já existia antes da pandemia de Covid-19, mas ganhou relevância durante esse período, sendo ampliado em diversas instâncias organizacionais. No entanto, ainda é necessário realizar um estudo mais aprofundado sobre a realidade do teletrabalho na administração pública brasileira, considerando suas implicações sociais, além de uma perspectiva utilitarista sobre o modelo. Este estudo visa investigar os impactos da implementação do teletrabalho nos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), avaliando suas repercussões sociais sob a ótica da Teoria da Justiça Social de John Rawls. O método utilizado para a realização deste trabalho inclui um estudo de caso em três TRTs, onde serão aplicadas técnicas de análise documental e entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados foi realizada utilizando o software NVivo, versão 12. Os resultados obtidos indicam que a discricionariedade no processo de concessão do teletrabalho gera distorções que afetam diretamente a produtividade, a qualidade de vida dos servidores e as disparidades de gênero no âmbito dos TRTs.