Banca de QUALIFICAÇÃO: PATRÍCIA SILVEIRA PENHA
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PATRÍCIA SILVEIRA PENHA
DATA: 19/01/2024
HORA: 09:30
LOCAL: sala virtual
TÍTULO: ESTÉTICA COMO PROPEDÊUTICA MORAL EM KANT
PALAVRAS-CHAVES: Kant. Moralidade. Estética. Belo Natural.
PÁGINAS: 113
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Ética
RESUMO:
RESUMO
A presente pesquisa propõe a tese segundo a qual o sujeito suprassensível e sensível
(noumênico e fenomênico) tem a possibilidade de realizar ações em vista de um
interesse moral, distinto de qualquer sentimento meramente patológico (interesses
baseados em inclinações egoístas), a partir de uma abordagem da moral e da estética de
Kant. Utilizaremos como fio condutor as seguintes obras principais:Fundamentação da
Metafísica dos Costumes(1785),Observações sobre o sentimento do belo e do sublime
(1764) e aCrítica da Faculdade do Juízo(1790), cujo proposta é investigar de que
modo o desinteresse estético pode despertar em nós uma propedêutica moral. Como
obras secundárias, utilizaremos também os seguintes escritos kantianos:Crítica da
RazãoPura(1781)(EstéticaTranscendental),CríticadaRazãoPrática(1788),
Metafísica dos Costumes(1797) e aAntropologia de um ponto de vista pragmático
(1798), para aprofundar os conceitos que se relacionam com a problemática da estética e
da moralidade. A tese desta pesquisa tem como propósito explicitar que a estética
kantiana e o conceito de belo natural, nos aproximam das ideias morais, pois ambas nos
direcionam à ideia de umsentimento de respeito(sentimento moral). Inicialmente,
faremos uma abordagem da moralidade kantiana presente naFundamentação.Em
segundo lugar, trataremos dos principais filósofos que serviram como ponto-chave para
o desenvolvimento da teoria estética de Kant, a saber, Hume, Baumgarten e Burke.
Assim, estabeleceremos as principais relações e divergências entre Kant e os estetas
modernos, a fim de demonstrar que a estética kantiana nos conduz aos princípios de um
agir moral. Sendo assim, realizaremos uma investigação filosófica dos principais
conceitos kantianos que nos conduzem às reflexões estéticas e morais: ointeresse
prático, ointeresse patológico, osentimento moral(sentimento de respeito) e o
interesse intelectualpelo belo natural. A presente pesquisa se ampara nos estudos de
relevantes pesquisadores (as) da filosofia kantiana, como por exemplo, Gérard Lebrun,
MariadeLourdesBorges,JaneKneller,EvaSchaperetc.,osquaisressaltam,
brevemente, uma aproximação entre a estética kantiana e a moralidade. Lebrun em seu
livroSobre Kantdedica o seu último capítulo intitulado “A Razão Prática na Crítica do
Juízo” a uma analogia entre o juízo de gosto e o juízo moral. Segundo Lebrun (2012), o
que torna possível esta aproximação é que o juízo estético do belo e o juízo moral nos
direcionama ideia de um “sentimento de finalidade”. Este sentimento deriva de um
prazer desinteressado ao contemplarmos aquilo que é belo. Adiante, em concordância
com a tese desta pesquisa, Maria de Lourdes Borges nos convida, também, a uma
convergência do domínio estético ao moral. Borges (2001) enfatiza que a analogia entre
a moralidade e a estética não está ligada a uma semelhança de conteúdo, mas a uma
“semelhança nas regras de reflexão.”. Isto implica dizer que tanto o belo natural quanto
a moralidade são universais, pois aprazem de modo imediato e desinteressado. Em
diálogo com estes dois autores e com a presente pesquisa, Jane Kneller nos apresenta
um capítulo intitulado de “Os interesses do Desinteresse”, cujo livro éKant e o poder
da imaginação, o qual defende uma postura de que os juízos de gosto, assim como os
juízos morais, buscam um consentimento de todos, isto é, uma exigência moral. Em
seguida, Eva Schaper (2009) reconhece uma certa autonomia do juízo estético com
relação ao juízo moral. Porém, a nossa pesquisa não tem como propósito apresentar uma
identidade entre ambos os juízos e muito menos uma autonomia do juízo estético sobre
o juízo moral, mas sim demonstrar que a complacência pelo belo natural nos aproxima
de um sentimento que nos direciona às ideias morais. Esta aproximação entre a estética
e a moralidade se apoia, também, na passagem kantiana do parágrafo §59 daCrítica do
Juízo, a qual mostra que o belo natural conduz à moralidade, porque ele suscita em nós
um estado de ânimo análogo aos juízos morais. Com isso, concluiremos que a estética
do belo natural é imprescindível para refletirmos sobre as questões morais, na medida
em que a experiência estética nos proporciona uma propedêutica moral, isto é, o cultivo
à liberdade.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2184886 - EDNA MARIA MAGALHAES DO NASCIMENTO
Presidente - 2261090 - FRANCISCO JOZIVAN GUEDES DE LIMA
Externo à Instituição - MARIA DE LOURDES ALVES BORGES - UFSC