O presente trabalho pretende realizar uma investigação sobre a relação entre filosofia e ciência na perspectiva do filósofo Jean Ladrière. Para tanto, torna-se necessário que apresentemos brevemente o ponto de partida do filósofo que redefine as diretrizes de ambas partindo de uma crítica as concepções de ciência e filosofia tais como foram desenvolvidas na tradição moderna pelo filósofo Descartes (1596-1650) e posteriormente posta por Husserl (1859- 1938), que segundo ele, desenvolveram a filosofia como fundamentação da ciência e a ciência dita positiva como ciência da exterioridade (espaço). Esta concepção de ciência, segundo Ladrière, não pode ser mais considerada na modernidade, isso porque, restringi o papel da ciência e entrelaça-o com o da filosofia, pois a ciência deixou de ser apenas o conhecimento dos objetos de um domínio da experiência para direcionar-se também ao conhecimento das próprias operações pelas quais tal domínio pode ser reconhecido. Desta forma, se a fundamentação da ciência não está mais pautada na filosofia e sim dentro de seu próprio eixo, resta, segundo Ladrière, refazermos suas diretrizes, alcançando um “saber radical”, no qual, cada uma entenderia a singularidade e a totalidade do mundo de forma simultânea em seu próprio âmbito, o que consiste em um desafio a ser trabalhado pelo filósofo.