Esta dissertação consiste na busca pela resposta da pergunta: segundo o Banquete, a
República e as Leis de Platão, o que é o filósofo? Propomos uma análise dos três diálogos
buscando destacar o personagem filosófico, a potência humana que o possibilita ser filósofo,
assim como o seu objeto mais correspondente; constataremos que é impossível compreender o
que Platão julga ser o filósofo segundo o Banquete, a República e as Leis se desconsiderarmos
alguns desses elementos. Mostraremos que o personagem filosófico do Banquete corresponde
a Eros, o da República corresponde a Sócrates e o das Leis corresponde ao próprio Platão.
Veremos também que Eros, Sócrates e Platão só podem ser filósofos porque possuem a
capacidade de conhecer as coisas em si. Essa possibilidade cognitiva no Banquete recebe o
nome de espírito; na República de princípio racional ou potência racional, razão, etc. Nas
Leis de intelecto (nous) ou inteligência. O espírito, o princípio racional e o intelecto
alcançam o aspecto último da realidade que coincide com o próprio limite da
cognoscibilidade. Esse limite do ser e do conhecer recebe o nome de Beleza no Banquete, de
Bem na República e de Intelecto (Nous) nas Leis. Por fim, mostraremos a correspondência
estrutural dessas três linhas de significado presente nos três diálogos como a resposta da
pergunta que nos propomos.