O semiárido brasileiro é uma região onde as pessoas sofrem com a escassez de água potável e diversas alternativas são utilizadas para suprir as necessidades advindas deste recurso, como a perfuração de poços tubulares. No entanto, muitos destes sistemas de abastecimento possuem alto teor de sais devido a maior parte do semiárido está localizada sobre escudo cristalino, impossibilitando a utilização da água para o consumo. Em vista disso, sistemas de dessalinização são propostos a fim de melhorar o padrão de qualidade da água, mas o grande desafio é possuir a disponibilidade de energia elétrica para o seu funcionamento. No estado do Piauí, foram implantados três projetos pilotos de energia solar fotovoltaica em sistemas de dessalinização instalados pelo Programa Água Doce – PAD, projeto de dessalinização do governo brasileiro, localizados nas comunidades quilombolas Laranjo e Silvino, no município de Betânia do Piauí, e a comunidade Barreiro Fechado, no município de Campo Alegre do Fidalgo. O presente trabalho tem como objetivo analisar o desempenho dos projetos pilotos instalados no semiárido piauiense, gerenciados pelo Instituto de Assistência Técnica – EMATER, na perspectiva técnica e social, a fim de compreender a viabilidade do uso dessa tecnologia. Para isso, foram utilizadas informações fornecidas pela Emater, visitas in loco para análise de dados técnicos e entrevistas aos usuários do sistema que destacaram a redução das contas de energia elétrica após a instalação da geração fotovoltaica. A potência total instalada dos 3 sistemas é de 27,93kWp, o sistema off-grid está atuando e o on-grid ainda não foi conectado à rede elétrica.