A teoria da troca social está entre os paradigmas conceituais mais influentes para entender o
comportamento no local de trabalho. Nessa perspectiva, como objetivo geral buscou-se
compreender as interações sociais no contexto de trabalho das comissões processantes do
Instituto Federal do Piauí, à luz da teoria da troca social. Para tanto, foi adotada a abordagem
qualitativa, utilizando-se a técnica de entrevistas semiestruturadas com servidores públicos
federais que atuam e/ou atuaram como membros de comissões processantes no IFPI. Os
dados foram trabalhados por meio da análise temática de lógica interpretativista, proposta por
Braun e Clarke (2006), com o auxílio do software MAXQDA. Por meio dos achados, foi
possível verificar que o apoio organizacional e o suporte do Corregedor fortalecem o
comprometimento dos membros das comissões com a organização e afetam positivamente o
desempenho desses membros no trabalho e que a retribuição mútua impacta os aspectos
psicológicos e de identificação organizacional dos participantes. Além disso, foram
verificadas contribuições que os resultados dos processos correicionais trazem ao IFPI e à
sociedade, como a proteção da imagem institucional, bem como, a credibilidade de que
comportamentos desviantes não serão aceitos pela Instituição de ensino, dentre outras. Por
outro lado, foram relatados os principais desafios enfrentados pelos servidores, durante o
período de atuação como membros de comissões processantes no IFPI, e dentre elas,
destacam-se passar por situações constrangedoras e a resistência dos demais colegas em
colaborar com as investigações necessárias, assim como principais oportunidades ressaltaram
a experiência adquirida e o crescimento profissional e pessoal. Logo, os conhecimentos
oriundos desta pesquisa podem, no ponto de vista da prática, ajudar a Administração Pública,
fornecendo-lhe informações para contribuir com a identificação de pontos a serem
melhorados no desenvolvimento do trabalho das comissões correicionais, principalmente no
que se refere às interações sociais entre os membros e demais servidores, demonstrando,
assim, a importância de se cultivar, sobretudo, o fator humano do servidor.