A satisfação no trabalho e o comprometimento organizacional são construtos relevantes no âmbito da gestão de pessoas, pois influenciam comportamentos, percepções e atitudes, o que, por sua vez, se reflete nos resultados alcançados pelas organizações. Buscou-se neste trabalho investigar os níveis de satisfação e comprometimento e analisar a relação entre estes construtos em uma amostra de servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) de uma instituição federal de ensino do Piauí. Foi realizada uma pesquisa de abordagem quantitativa, com a utilização das Escalas de Satisfação no Trabalho/EST (Siqueira, 2008) e de Comprometimento Organizacional (Meyer, Allen, Smith, 1993). A idade, o nível de escolaridade e o tempo de serviço dos TAEs relacionaram-se tanto à satisfação no trabalho como ao comprometimento organizacional; houve associação entre o setor de lotação e o exercício de função de confiança somente com a satisfação; e o grau de escolaridade do cargo associou-se ao comprometimento. Os níveis de satisfação e comprometimento dos participantes são, respectivamente 4,72, que sinaliza indiferença com a satisfação no trabalho e 3,35, que indica comprometimento organizacional moderado. As dimensões satisfação com a chefia e colegas são as que promovem maior satisfação, enquanto a satisfação com as progressões e salário geram os menores níveis de satisfação. O comprometimento instrumental prevalece, seguido do afetivo e, por fim, do normativo. Ademais, constatou-se por meio da regressão linear que a satisfação no trabalho influenciou positivamente o comprometimento organizacional dos servidores, especialmente em sua dimensão instrumental. Como limitações da pesquisa tem-se sua natureza estática, que não inclui a captura de mudanças nos construtos ao longo do tempo; bem como a investigação de uma única categoria de trabalhadores em um só câmpus da instituição.