A Educação Superior, campo favorável para atuação do psicólogo, necessita romper com algumas práticas de atendimento e apresentar uma visão crítica do processo de escolarização e das queixas escolares. Essa pesquisa discutiu esse fenômeno através da Psicologia Escolar crítica. Objetivou compreender a atuação do psicólogo no atendimento à queixa escolar do ensino superior, na Universidade Federal do Piauí. O materialismo histórico-dialético subsidiou teoricamente e metodologicamente essa pesquisa estruturada em análise documental e trabalho de campo, realizada com 09 psicólogos. Analisaram-se os dados realizando descrição empírica e teórica, estabelecendo unidade de análise, e explicando após retorno à realidade. Foram quatro eixos analíticos. Eixo: Perfil profissional do psicólogo, verificou proporção feminina considerável em relação à masculina, média de idade, 34 anos, inserção recente na UFPI, 2008, a maioria formou-se em instituição pública estadual do Piauí, todos investiram em cursos de pós-graduação lato sensu e/ou stricto sensu, em diversas áreas. Eixo: Caracterização das queixas escolares no ensino superior destacou demandas relacionadas à saúde mental; as queixas escolares específicas de cada campus referiram-se aos fatores institucionais (Organização e Gestão da IES, Serviços de Apoio disponibilizados ao estudante, Ideologias) e aos Fatores Individuais (Transição para a Educação Superior, Fatores Contextuais, Fatores individuais) envolvidos no sucesso acadêmico. Eixo, Atendimento à queixa escolar do ensino superior, apontou formação profissional inadequada e ausência de modelo teórico-conceitual. Eixo, Modelos de Atuação no Ensino Superior encontrou três modalidades de atuação: clínica, institucional e psicologia escolar e educacional. Resultados confirmam a produção da queixa escolar dá-se no processo de escolarização, prevalecendo a tendência individualizante sobre problemas escolares, escuta individual, em muitos casos, resultando em encaminhamentos, limitando ações de planejamento abrangentes e preventivas envolvendo outros atores da comunidade acadêmica. A atuação na educação superior, considerada incipiente, tem sido desafiadora para o psicólogo, diante disso, é um fenômeno que carece de mais estudos.