O conceito de saúde tem se ampliado ao longo do tempo, faz-se necessário uma discussão que considere aspectos políticos, sociais e culturais que nela interferem. Esse fato deve ser considerado quando se trata da saúde do professor, pois além do equilíbrio individual é importante o bem-estar social. A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das mais estressantes. A atividade de ensinar gera consequências na saúde física e mental dos professores, ensinar tornou-se desgastante o que impacta no desempenho profissional. Na atividade docente estão presentes múltiplos fatores psicossociais que podem estar relacionados com a especificidade de suas funções, e ou contexto institucional e social onde a função é exercida. A profissão docente atravessa significativos desafios, advindos das constantes mudanças ocorridas no mundo do trabalho. As condições ruins que são provenientes deste cenário, as exigências em relação ao papel do professor e sua desvalorização, cada vez mais estão associadas ao adoecimento físico e mental destes profissionais. Em razão disso, há o questionamento: Quais fatores psicossociais interferem na saúde do professor do ensino básico na rede pública no contexto piauiense? Com o intuito de responder esse questionamento a presente pesquisa objetiva analisar fatores psicossociais que interferem na saúde do professor da educação básica na rede pública de ensino no Piauí. Além de realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o adoecimento docente na rede pública de ensino; associar as demandas ligadas à saúde com o trabalho docente; relacionar as vulnerabilidades dos professores e a sua vinculação com a saúde; caracterizar as ações de cuidados relacionadas à saúde dos docentes. Essa pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí, conforme número do parecer: 3.502.776. Trata-se de um estudo do tipo documental, os documentos analisados foram do banco de dados da Unidade de Gestão e Inspeção Escolar/UGIE da Secretaria do Estado de Educação/SEDUC. Foram analisados os 5141 documentos de registro das 21 Gerências Regionais de Educação/GRE do estado do Piauí. Para a coleta de dados foi realizada a autorização Institucional e Termo de Compromisso de Utilização de Dados – TCUD. Após a coleta, os dados serão analisados por meio do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences(SPSS) versão 25, fez-se uso da análise descritiva e do teste qui-quadrado, que foram organizados em tabelas e gráficos. Posteriormente, os dados foram analisados teoricamente a partir da Psicologia Escolar crítica e Histórico-cultural. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam auxiliar a promoção de saúde, na promoção de práticas conjugadas com políticas públicas intersetoriais, reflexões sobre a necessidade de maiores articulações entre a educação e a saúde, entre a escola, a comunidade e os dispositivos de saúde e assistência, independentes e além de políticas especificas para esta finalidade, de modo a superar a lógica da individualização e não responsabilizar ou culpabilizar professores. À vista disso, os benefícios do cuidado com a saúde dos professores também podem colaborar para que as escolas possam cumprir seu papel na transmissão do conhecimento e humanização do cidadão.