Cerca de 10,7 milhões de brasileiros são surdos. Dentre as dificuldades que esta população enfrenta no dia a dia além do recebimento de rótulos e estereótipos, é a de como lidar com suas emoções e angústias, circunstâncias afetam diretamente a saúde mental desta população. Os serviços de saúde que são ofertados para atender essa necessidade, em sua maioria, utilizam a oralização como meio de comunicação, inviabilizando um acolhimento e atendimento de qualidade, seja para a saúde física ou psicológica desse público. Em se tratando diretamente da saúde mental, a falta de um atendimento psicológico especializado à população surda e a inexistência de instrumentos adaptados que possam auxiliar o profissional de psicologia na elaboração de um diagnóstico mais preciso ainda é uma realidade. Neste sentido, esta dissertação objetiva apresentar através dos estudos a seguir, a necessidade de se conscientizar e fomentar a comunidade cientifica a elaborar instrumentos na área de saúde mental voltados para a população com deficiência auditiva. Para isso foi desenvolvido dois estudos, o primeiro é referente a estudo teórico, trata-se de uma revisão sistemática que buscou responder a seguinte questão: Quais os instrumentos Avaliação Psicológica que foram traduzidos e adaptados para língua de sinais tanto a nível nacional como internacional. As buscas partiram das bases pubmed, scielo, scopus, web of science, bvs e Cochrane, com os seguintes descritores: “sign language”; “deaf”; “ deafness”; “scale adaptation”; “adaptation questionnaire”; "assessment tool” e “psychological instrument", sem estipular datas de publicação e nem limites para o idioma da, idade ou gênero dos participantes. As buscas resultaram em 670 publicações, sendo que deste total restaram após a seleção conforme os critérios, apenas 12 artigos do qual se chegou à seguinte conclusão: ainda é muito escasso trabalhos que foram adaptados a língua de sinais, no entanto os resultados se mostraram eficazes com exceção de uma escala que foi recomendado para uso clinico, precisando de mais uma revisão. O segundo estudo tem como objetivo adaptar a escala de depressão de Beck, traduzindo-a para alfabeto digital e LIBRAS, a fim de ser usada como uma ferramenta auxiliar, facilitando o atendimento das pessoas surdas, respeitando sua condição e oferecendo um atendimento que se diferencie do padrão da normalidade que é voltado para população ouvinte.