Estima-se que 1-2% das pessoas sejam diagnosticadas com autismo no mundo,
aproximadamente, 52 milhões, sendo cerca de quatro vezes mais comum em pessoas do sexo
masculino. No que tange a definição de autismo na atualidade, as referências são os manuais
diagnósticos: o Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais, quinta edição
(DSM-V) e a Classificação Internacional de Doenças, décima primeira edição (CID-11)
(American Psychiatric Association – APA, 2013; Organização Mundial da Saúde – OMS,
2019). Em linhas gerais os manais abordam déficits na interação social, linguagem e padrões
restritos de interesses e comportamentos. Esta pesquisa tem como objetivo analisar e comparar
as representações sociais do autismo entre mães e pais. Método: participaram desse estudo 62
pessoas; 31 mães com idades entre 26 e 55 anos (M: 36,8; DP:6) e 31 pais com idades entre 25 e
55 anos (M:38, DP:7,8). A coleta de dados foi realizada a partir dos seguintes instrumentos:
questionário sociodemográfico, Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e roteiro de
entrevista semiestruturada. Para análise, foram executadas a análise estatística descritiva com
o uso do software SPSS 25.0 para o questionário sociodemográficos; Classificação Hierárquica
Descendente (CHD) através do software Iramuteq para entrevista semiestruturada; análise
prototípica através do software Iramuteq para a TALP. Resultados: As Representações Sociais
desse estudo indicam que o autismo é ancorado e objetivado em lógicas biomédicas e
capacitistas. Para mais, são discutidas diferenças relativas a questões de gênero que predispõe a
mulher e ao homem um determinado lugar social e as possíveis implicações.