O tempo de tela tem aumentado entre crianças e adolescentes e seus impactos são preocupação de profissionais da saúde, educadores e pais. O presente objetiva investigar os achados da literatura mais recentes (2 anos) sobre os efeitos do uso de mídias de tela e na memória de trabalho e atenção em crianças e adolescentes. Para isso, foram conduzidas buscas nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science, LILACs e PyscINFO para identificar a literatura relevante. Todo o desenvolvimento da pesquisa seguiu as diretrizes PRISMA. Utilizou-se as seguintes palavras-chaves e suas variações: “screen time”, “mobile phone”, “smartphone”, “tablet”, “videogame”, “attention”, “working memory”, “child”. Para tanto, foram empregados em conjunto com os operadores booleanos AND e OR. Identificaram-se 130 artigos, 60 deles foram selecionados para leitura completa e, 48 foram excluídos após os critérios de elegibilidade, assim, 12 artigos inclusos na revisão. A maioria dos estudos que investigaram a atenção encontraram efeitos negativos quanto ao uso excessivo dessas mídias, especialmente para a atenção sustentada e concentração. Verificou-se que o uso em baixos níveis de exposição foi associado a melhora na memória de trabalho, todavia, quando esses níveis se tornam excessivos, efeitos deletérios podem emergir. Os achados da literatura recente ainda são inconsistentes, pois fatores como idade, gênero, tipo de conteúdo, tipo de mídia, contexto de uso, influenciam nos efeitos produzidos a longo prazo. Mais estudos que mensurem os efeitos do tempo de tela sobre a atenção e memória necessitam ser realizados para se compreender tais efeitos.