A COVID-19 se revelou como o maior desafio enfrentado pela humanidade, desde o fim da Segunda Grande Guerra. Tendo em vista as alterações fisiológicas, tanto no sistema imunológico quanto respiratório, sofridas por mulheres no período gravídico, as gestantes foram incluídas no grupo de risco, frente ao perigo de contágio. Deste modo, a presente dissertação objetiva conhecer a percepção das mulheres que gestaram na pandemia da COVID-19. Para tal finalidade, a dissertação foi dividida em dois estudos: o Estudo 1 foi utilizado uma extensão do PreferredReportingItems for Systematic Reviews and Meta-Analyses para revisões de escopo (PRISMA-ScR). A busca nas bases de dados SciELO; Web of Science; MEDLINE; PsycNET; Scopus, resultou no rastreio de 1407 estudos, o qual 24 atenderam aos critérios pré-estabelecidos. Os dados obtidos revelaram que o suporte social funciona como estratégia na redução da solidão gestacional. Dessa forma, gestantes que receberam baixo apoio social em isolamento durante a pandemia apresentaram níveis mais altos de problemas relacionados a sofrimento psíquico. Para o Estudo 2 realizou-se uma pesquisa de campo que teve por objetivo conhecer a percepção do suporte social de mulheres que gestaram no período pandêmico da COVID-19 considerando-se o período mais crítico da pandemia. Como critério de inclusão, as participantes deveriam ter gestado entre abril/2020 a dezembro/2021, sendo excluídas da amostra mulheres que gestaram fora desse período. A pesquisa foi realizada na modalidade on-line, por meio de um link do Google Forms de forma não probabilística (por conveniência). A amostra contou com 224 mulheres com idade média de 30 anos (DP = 5,69), variando de 18 até 46 anos. Os Instrumentos utilizados foram 3 escalas (Escala de Percepção do Suporte Social (EPSS); Escala Medo da COVID-19 no Período Perinatal (EMC19-9); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), e 1 questionário sócio demográfico. Foram verificadas correlações estatisticamente significativas entre medo da COVID-19 e os fatores da DASS-21, a saber: depressão (r = 0,38, p < 0,01), ansiedade (r = 0,50, p < 0,01) e estresse (r = 0,48, p < 0,01). Também foi possível encontrar resultados que indicam que o medo da COVID-19, exerce poder preditivo para os sintomas de: depressão (β = 0,35, p < 0,000), ansiedade (β = 0,44, p < 0,000) e estresse (β = 0,44, p < 0,000). Desta forma, se considera que o medo da COVID-19 explica 14% de sintomas de depressão, 24% de sintomas de ansiedade e 23% de sintomas de estresse manifestados pelas gestantes que gestaram no período mais crítico da pandemia.