Título: Discurso, mídia e política: características, transitividades e intersubjetividades.
Descrição: Este projeto pretende investigar as características, transitividades e subjetividades que possam existir nas relações que se estabelecem na produção dos discursos das mídias e nos embates políticos, tomando como corpus os suportes midiáticos. Neste caso, nossa pesquisa deve se constituir como uma espécie de observatório permanente de reflexão crítica. Buscaremos identificar nos discursos das diferentes mídias traços enunciativos de manifestação de ideologias além de outros aspectos constitutivos das discursividades sociais com trânsito nas mídias. Adotamos a análise semiológica como método, considerando que a semiologia é a disciplina ?que estuda os fenômenos culturais como fenômenos de comunicação?, portanto, como ?fenômenos de produção do sentido?: a significação como resultante de práticas e estratégias discursivas, tomando como referência o lugar social dos sujeitos. Caracteriza-se por enfocar os processos de comunicação como decorrentes do contexto social (Pinto, 1995, p. 146). Entendendo a semiologia, a partir do seu viés crítico centrado nos trabalhos produzidos por Fairclough (Análise Crítica dos Discursos), e do que se tem denominado Teoria dos Discursos Sociais, com base na produção de pesquisadores como Pinto, Araújo, Verón, na esteira do pensamento de Bakhtin, Authier-Revuz entre outros. Entendemos que esta nova pragmática enunciativa produz subjetividades e, portanto, novos modos de identificação. Neste particular, tomamos Hall, como nosso principal aliado, com seus estudos sobre as identidades. Embora ainda no campo da linguagem, mas sem vínculo necessário com a metodologia semiológica que apresentamos acima, pensamos em utilizar Eagleton, Van Djck e outros, numa visada mais voltada para o conceito de estética e ideologia.
Título: Espelho, espelho meu, existe alguém mais visível do que eu?
Descrição: Quando ouvi pela primeira vez Caetano Veloso dizer, na letra de Sampa (1978), que ?Narciso acha feio o que não é espelho?, sabia que estava diante de uma bela tradução poética do mito de Narciso e do correlato termo psicanalítico (Narcisismo) cunhado por Sigmund Freud em 1914. Entretanto, somente anos depois é que percebi que a força dos versos do compositor tropicalista residia na sua atualidade: ver-se e, agora, dar-se a ver jamais foi tão simples e banal como na era das redes virtuais de relacionamento. Sobretudo em época de altíssima visibilidade midiática como a de hoje, o tema desnudado por Caetano se revela sintomático de novas formas de sociabilidade e de construção de identidades e subjetividades. Parece que não há vida para além da(s) tela(s) e dos registros ou arquivos informáticos e informacionais e fora dos circuitos em que se manifesta uma suposta comunicação em rede virtual . É como se o estatuto ontológico das sociedades pós-modernas residisse na possibilidade de ver e ser visto: para ser na sociedade atual é preciso ter uma imagem visível ? e celebrada, diga-se de passagem. Sou visto, logo existo! Assim, sobram imagens pessoais por todo lado. A visibilidade que as tecnologias midiáticas conferem a acontecimentos, relações e atores sociais expõe a formação de um novo sujeito, que procura se identificar com cada nova imagem registrada pelas ferramentas de mídia e exposta nas telas, displays e dispositivos. A auto-referência se torna assim um dado singular da cultura midiática, e o narcisismo que essa prática exageradamente redundante comporta é de natureza neurótica, para relembrar Freud. Quando os imperativos narcísicos do ver e do ser visto se colocam no lugar da interação com a alteridade, a performance individual se transforma no elemento-chave que identifica o sujeito. Apagada da relação (ou pelo menos transmutada na máquina), a alteridade é reificada em sucessivos novos contatos e em imagens cada vez mais díspares. O ?espelho midiático? reflete, assim, um sem-número de imagens nas quais se enredará o sujeito na sua busca por um ideal que jamais será alcançado. A busca por uma imagem ideal é, portanto, uma cilada, porque essa imagem não pertence ao ? ou não se relaciona com o ? sujeito ao qual faz referência. Mais uma vez recorro aos versos (neste caso, de inspiração lacaniana) de Caetano em Sampa para ilustrar a idéia: ?Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto.? É como se o sujeito se olhasse no espelho e não se reconhecesse. Se a imagem se descola desse sujeito e das suas referências sociais, portanto, vira um perigo, porque produz avatares múltiplos e incessantes e porque traduz falsidade e deslealdade para com o público (em outras palavras: se for facilmente verificável a farsa, o sujeito não pode correr o risco de ser o que não é). A imagem deve corresponder de alguma forma ao objeto (sujeito) que ela representa. Destarte, a imagem tem caráter público, só existe em função de um ?outro? que está fora do sujeito representado imageticamente, e esse outro, por seu turno, se internaliza no próprio sujeito via fluxos comunicacionais. É aí que acontece a comunicação, de fato, não como performance ou como medida das informações transmitidas; comunicação como relação com a alteridade, para construção da subjetividade, num jogo social pleno de referências comuns, mas também de disputas e conflitos. Espetacularizada a vida, escancarada a intimidade, performatizada a identidade, confere-se uma estética a cada personagem social, que se esmera em integrar os cenários midiáticos de forma sempre estilizada: espelho, espelho meu, existe alguém mais visível do que eu? Essa é a questão que interessa ao presente projeto: como se dá a construção de subjetividades narcísicas nas redes sociais, a através da construção e visibilização de imagens que expressam a busca incessante do indivíduo por um ideal?
Título: Comunicabilidade, Dialogismo e Subjetividade
Descrição: Comunicabilidade é um termo cunhado pelo psicólogo e físico inglês William Stephenson que significa o modo como alguém expressa algo sobre si mesmo num contexto de altíssima interação social. Nesse sentido, Stephenson recupera postulados do interacionismo simbólico e, por conseguinte, do pragmatismo filosófico. O método desenvolvido por Stephenson, baseado na análise fatorial e nos pressupostos da física quântica, para mensurar a subjetividade em contextos de interação, é denominado Metodologia Q. Ele permite identificar as correlações entre diversas pessoas investigadas, apontando suas similaridades em termos de opinião subjetiva. As correlações entre as opiniões das pessoas investigadas acontecem de forma interativa, o que sugere existir uma heteroglossia dialogisada, como pensa o filósofo russo Mikail Bakhtin. Pode-se pensar analogamente em termos da construção da subjetividade: a presença de vozes variantes em diálogo dentro de um mesmo texto ou na consciência de um indivíduo pode ser demonstrada? O objetivo desse projeto é, exatamente, discutir a possibilidade de, usando-se a Metodologia Q, demonstrar a polifonia que performa a subjetividade individual.
Prof. Dr. Gustavo Silvano Batista - Doutor em Filosofia - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2013)
Título: Representação e performance no cinema documentário: o caso do cinema piauiense.
Descrição: O presente projeto pretende discutir a natureza do documentário contemporâneo, em uma perspectiva hermenêutica, tendo como objeto o mapeamento e análise dos documentários realizados no Estado do Piauí. Neste sentido, pretende-se explorar tais produções do ponto de vista estético, visual e histórico, partindo de questões que evidenciam diversos elementos próprios do caráter documental dos filmes. Além disso, também esperamos contribuir para a ampliação desta linguagem cinematográfica, considerando os diversos sentidos vislumbrados no processo de produção do filme, especialmente na relação entre produção e público, tomado em seus múltiplos efeitos performático-visuais e midiáticos.
Profa. Dra. Jacqueline Lima Dourado - Doutora em Ciências da Comunicação - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2009)
Título: O audiovisual produzido com dispositivos móveis como oportunidade de enfrentamento das assimetrias sociais: o papel dos colaboradores espontâneos e voluntariosos na construção do jornalismo contemporâneo.
Descrição: Os dispositivos móveis têm sido utilizados tanto para intensificar a troca de conteúdos, quanto para alargar as audiências, impactando as etapas da produção, distribuição e circulação da Comunicação e do Jornalismo na contemporaneidade. Daí nosso interesse em, no projeto de pesquisa aqui proposto, analisar, reconhecer e sistematizar os usos que os colaboradores espontâneos/ voluntariosos estão fazendo dos dispositivos móveis, sobretudo os smartphones, para produzir conteúdos audiovisuais em padrões alternativos que superem as assimetrias sociais. Em um segundo momento do projeto, a intenção é aplicar os resultados da pesquisa empreendida na produção de vídeos por moradores de comunidades teresinenses. É nesse sentido que essa proposta se relaciona com a perspectiva teórica da Economia Política da Comunicação, além de propor a consolidação da Economia Política do Jornalismo.
Profa. Dra. Juliana Fernandes Teixeira - Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas - Universidade Federal da Bahia (2015)
Título: A mobilidade na produção e circulação de conteúdos webjornalísticos: aplicativos para smartphone como uma proposta de pesquisa aplicada para o curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Piauí.
Descrição: A mobilidade tem reconfigurado a sociedade em suas várias esferas e o jornalismo não seria uma exceção. Hoje, a produção e a circulação de um conteúdo webjornalístico requerem que os profissionais egressos das universidades de Comunicação Social dominem muito além das ferramentas tecnológicas: é fundamental que tenham uma mentalidade aberta para novas ideias e novas formas de trabalhar. Partindo desse panorama, esse projeto de pesquisa, desenvolvido no âmbito do curso em Comunicação Social da Universidade Federal do Piauí (UFPI), tem como objetivo central investigar de que maneira a mobilidade vem se expressando nos conteúdos jornalísticos produzidos e circulados no Piauí para, em seguida, pensar e desenvolver, entre os alunos do curso, soluções de produtos, práticas e processos webjornalísticos inovadores. Trata-se, para além de uma proposta de pesquisa aplicada, de uma tentativa de integrar o tripé ensino, pesquisa e extensão, pois o intuito é que, a partir dos resultados obtidos pela pesquisa, os estudantes de jornalismo da UFPI possam experimentar novas aplicabilidades dos dispositivos móveis no processo de produção de conteúdos por meio do desenvolvimento, implantação e manutenção de um aplicativo para smartphone. Em suma: questionar, analisar e categorizar a mobilidade no webjornalismo piauiense para, subsequentemente, apontar, testar e efetivar alternativas para a aplicação dos dispositivos móveis em conteúdos inovadores é umas das principais intenções do projeto aqui apresentado.
Título: O audiovisual produzido com dispositivos móveis como oportunidade de enfrentamento das assimetrias sociais: o papel dos colaboradores espontâneos e voluntariosos na construção do jornalismo contemporâneo.
Descrição: Os dispositivos móveis têm sido utilizados tanto para intensificar a troca de conteúdos, quanto para alargar as audiências, impactando as etapas da produção, distribuição e circulação da Comunicação e do Jornalismo na contemporaneidade. Daí nosso interesse em, no projeto de pesquisa aqui proposto, analisar, reconhecer e sistematizar os usos que os colaboradores espontâneos/ voluntariosos estão fazendo dos dispositivos móveis, sobretudo os smartphones, para produzir conteúdos audiovisuais em padrões alternativos que superem as assimetrias sociais. Em um segundo momento do projeto, a intenção é aplicar os resultados da pesquisa empreendida na produção de vídeos por moradores de comunidades teresinenses. É nesse sentido que essa proposta se relaciona com a perspectiva teórica da Economia Política da Comunicação, além de propor a consolidação da Economia Política do Jornalismo.
Profa. Dra. Lívia Fernanda Nery da Silva - Doutora em Ciências da Comunicação - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2013)
Título: Pô mídia, pô, sou jovem! - Subjetividades e afetividades nas discursividades midiáticas digitais.
Descrição: O projeto visa analisar as representações acerca de juventudes e suas afetividades, bem como os discursos produzido por jovens no campo das mídias.
Profa. Dra. Marta Maria Azevedo Queiroz - Doutora em Ciências da Comunicação - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2013)
Título: A criança em cena: um estudo sobre o consumo e mídia na infância e a constituição de subjetividades das crianças na contemporaneidade.
Descrição: O presente projeto visa analisar as produções midiáticas acerca das crianças com base nos modelos/concepções e nas diversas formas de vivenciar a infâncias. É relutante ressaltar que a publicização da criança e das formas de viver a infância através da mídia acabam legitimando e produzindo comportamentos que são definidores de subjetividades. Assim, a investigação tem como base na seguinte problemática, pois sabemos que os discursos veiculados pela mídia estão sempre relacionados com o conhecimento que circula na sociedade: Como a mídia se apropria da imagem da criança para o incentivo ao consumo na sociedade contemporânea? Que modelos/concepções de criança e vivências da infância a mídia produz e veicula? Que valores ideológicos estão fundamentando esses processos? Como a mídia utiliza a imagem da criança para fortalecer o consumo? Estas questões são pertinentes quando procuramos compreender os processos de produção e de circulação de modelos e formas de vivências nas infâncias, já que há na contemporaneidade uma circulação intensa de significados produzidos e veiculados pelas diversas mídias, proporcionado reconhecimento e identificação. A investigação é de cunho qualitativa e como produção de dados a observação direta de imagens de crianças em publicidades veiculadas na televisão e internet. Enfatizamos, ainda, a importância desse estudo para as ciências da comunicação e da educação, que têm por premissa fundamental o estudo das interações humanas e dos processos de mediatização da sociedade.
Profa. Dra. Monalisa Pontes Xavier - Doutora em Ciências da Comunicação - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2014)
Título: A produção de subjetividade nos dispositivos midiatizados.
Descrição:Na sociedade em vias de midiatização, a mídia1 ascende à condição de processo interacional de referência (BRAGA, 2006) e, assim, passa a participar intensamente dos processos sociais, pautando modos de sociabilidade, referentes identitários, gostos, preferências, desejos, entre tantas outras coisas, ou seja, essa instância passa a figurar como solo epistemológico das experiências do sujeito consigo, com os outros e com o mundo. Ao produzir experiências de si, a mídia se destaca como um dos mais significativos vetores de subjetivação na atualidade. Como discute Larrosa (1994), a cada momento histórico, determinadas práticas sociais se organizam de forma a orientar a constituição de modos como as pessoas se descrevem, se narram, se julgam ou se controlam a si mesmas. Contemporaneamente, os dispositivos midiáticos têm se configurado como lugar de insurgência de uma multiplicidade de discursos que, lançados à circulação, produzem e ofertam aos sujeitos a experiência de si, vivenciada como uma espécie de encontro desse sujeito com sua suposta natureza humana, autoconsciência e autodomínio. Contudo, como pondera o autor em questão: A própria experiência de si não é senão o resultado de um complexo processo histórico de fabricação no qual se entrecruzam os discursos que definem a verdade do sujeito, as práticas que regulam seu comportamento e as formas de subjetividade nas quais se constitui sua própria interioridade. É a própria experiência de si que se constitui historicamente como aquilo que pode e deve ser pensado. (ibid, p. 43). Segundo a perspectiva foucaultiana, é a experiência de si que constitui o sujeito, os modos de subjetivação. Quando essa experiência é gestada no espaço dos dispositivos midiáticos, esses dispositivos passam a funcionar como “tecnologias do eu”, ou seja, um leque de práticas que, como define Foucault (1990, p.48): Permitem aos indivíduos efetuar, por conta própria ou com a ajuda de outros, certo número de operações sobre seu corpo e sua alma, pensamentos, conduta, ou qualquer forma de ser, obtendo assim uma transformação de si mesmos com o fim de alcançar certo estado de felicidade, pureza, sabedoria ou imortalidade. Os espaços midiatizados fazem circular de modo peculiar modelizações em torno desses atributos acima listados por Foucault: a felicidade, a saúde, a beleza, a juventude, a sabedoria, a infinitude, o bem-estar, entre outros, tal como constatamos em trabalho anterior (XAVIER, 2014). Além de lançar à circulação inteligibilidades em torno desses atributos, os espaços midiatizados também produzem o que Ferreira (2010) denomina “matriz de midiatização”. Uma matriz de midiatização traz consigo a redefinição nos modos de interação e comunicação entre os sujeitos, resultando, por sua vez, em emergentes formas de sociabilidade, agora organizadas em torno da mídia enquanto organizadora da realidade social. Nesse lugar, os referentes midiáticos transversalizam as dinâmicas sócio-culturais, os campos sociais e as mais variadas dimensões da existência como, por exemplo, a relação com a alteridade, com a religião, com o capital, com o lazer, com a vida, com a morte e com a própria forma de existir. Fausto Neto (2005, 2006) e Martín-Barbero (2009) atestam o que afirmamos, o primeiro quando argumenta que os processos sociais estão cada vez mais atravessados por dinâmicas de mídia. Martín-Barbero, por sua vez, quando se debruça sobre a indistinção constituída entre os campos sociais e a mídia na sociedade midiatizada. A produção de conhecimento e as práticas daí decorrentes tendem a estar de acordo com as demandas estabelecidas no seio dos processos sociais. Com isso, sujeitos constituídos na ambiência midiática e que têm distintas dimensões de suas vidas acontecendo segundo as lógicas da midiatização tendem a ser bastante receptivos ao que os processos assim forjados podem oferecer. Se as relações interpessoais são espetacularizadas, o trabalho é mediado pelas tecnologias, o lazer transita na virtualidade da internet, a escolarização acontece à distância e o mundo aparenta poder ser transposto para a mediação das tecnologias da informação e da comunicação, possivelmente a dimensão psíquica, a subjetividade, os sofrimentos, os desejos, o mal-estar, a experiência de si podem ser midiaticamente constituídos. Isso ilustra a microcapilarização alcançada pela midiatização em processo no cenário contemporâneo. Nesse contexto, afirmamos a importância de buscar conhecer modos de subjetivação que adquirem existência na sociedade em vias de midiatização, a fim de produzir conhecimento embasado e contextualizado sobre o sujeito contemporâneo a partir dos referentes do seu tempo e das estratégias de subjetivação que o produz. Na contemporaneidade, para dar conta do sujeito atual, o qual defendemos em nosso trabalho de tese como sujeito midiatizado (XAVIER, 2014), é preciso pensá-lo imbricado nas interações e dispositivos no seio dos quais ele ganha vida, sob o risco de cairmos no imenso abismo que separa o sujeito midiatizado das produções teóricas sobre ele. Por esse motivo, argumentamos a relevância de estudos que assumam como objeto a produção de subjetividade no cenário da midiatização, na medida em que, a nosso ver, os saberes necessitam ir até onde o sujeito está constantemente sendo forjado para poder dele falar. Diante disso, assumimos como problema de pesquisa: “Que modos de subjetivação a sociedade inventa tentativamente na processualidade da midiatização?”4 A nosso ver, o problema norteador do estudo figura como uma questão transversal a distintos campos do saber, dentre os quais adentraremos mais especificamente pela interface Psicologia e Comunicação e, assim , pretendemos articular discussões entre os estudantes do curso de graduação em Psicologia e os mestrandos em Comunicação da UFPI, desenvolvendo uma pesquisa intercampi de caráter transdisciplinar que se justifica pelas potenciais contribuições aos dois campos. À Psicologia na medida em que permite desconstruir muitas concepções estabelecidas no campo de que pensá-lo no contexto da midiatização significa necessariamente uma “passagem em perda”. Ao contrário, a nosso ver, pensar a produção de subjetividade em relação com a mídia implica adentrar nas produções mais atuais de nossa sociedade e, desse modo, resgatar o caráter histórico e cultural do objeto dos saberes peritos na subjetividade. Por sua vez, ao trazer elaborações específicas do campo psicológico para a Comunicação, pensando suas afetações e reverberações no delineamento de práticas contemporâneas, a partir de um estudo de interface, embora não figure como novidade, nos parece importante para problematizar a área de conhecimento em questão e, assim, fazê-la avançar, renovando o olhar direcionado a ela, bem como a forma de estudá-la, na medida em que o balizamento sobre esse processo se desloca do que a Comunicação diz sobre ela mesma para o que as incidências da Comunicação nos espaços sociais nos dizem sobre esse campo do saber. Isso se justifica na medida em que concebemos que os processos Isso se justifica na medida em que concebemos que os processos interacionais que participam da produção de subjetividade, ao mesmo tempo em que nos falam de uma produção socialmente circulante, também caracterizam a Comunicação. Logo, ao assumir como ângulo de entrada na pesquisa o olhar pela interface que produz tipos distintos de interação, cremos estar, em grandes linhas, falando das apropriações sociais dos dispositivos midiáticos, da produção de modos de ser e das complexas dinâmicas de relação entre a mídia e a sociedade, ou seja, estamos pensando o próprio movimento de midiatização da sociedade em sua articulação com os processos sociais.
Profa. Dra. Nilsângela Cardoso Lima - Doutora em Ciências da Comunicação - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2014)
Título: História da imprensa e práticas jornalísticas no Piauí do século XX.
Descrição: O projeto de pesquisa tem por objetivo (re)construir a história da imprensa do Piauí no século XX e compreender as relações de poder e as práticas jornalísticas nos jornais impressos de Teresina num período em que, no Piauí, os órgãos de imprensa ainda mantinham ligações muito estreitas com os partidos políticos e que passa por um processo de transformação da imprensa. Sendo assim, pretende-se compreender as mudanças e as permanências que ocorreram no campo jornalístico, ao longo da história da imprensa brasileira, sobretudo, nos anos 1950, quando se discutia a importância da objetividade e da imparcialidade como critérios indispensáveis para a produção das notícias.
Prof. Dr. Paulo Fernando de Carvalho Lopes - Doutor em Comunicação e Cultura - Universidade Federal do Rio de Janeiro (2004).